O presidente da Companhia de Água e Esgotos do Estado de Rondônia (Caerd), Sérgio Castelo Branco, foi o entrevistado desta quarta-feira (31), do programa A Voz do Povo, da rádio Cultura FM 107,9, apresentado pelo jornalista e advogado Arimar Souza de Sá e retransmitido pela rádio Antena FM 98,3, de Alvorada do Oeste.
Ele assegurou que as obras de água tratada de Porto Velho serão retomadas em até 20 dias. “Na gestão anterior, teve um problema de planilha no projeto. Mas, o governador Confúcio Moura (PMDB) intercedeu junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) para a retomada da obra, o que deve ocorrer em até 20 dias”, anunciou.
Sobre a atual situação do abastecimento de água na capital, Castelo Branco informou que “hoje, tem locais que a água vai normalmente, tem locais que são poços construídos pela Caerd e outros que a própria comunidade construiu. Agora, com a universalização da água, todas as áreas serão atendidas. A nossa previsão é de que, em seis meses, após a retomada dos serviços, vai ser concluída toda a obra, levando água tratada e saúde para toda a população”.
Castelo relatou que “assumimos há 8 meses o comando da Caerd, com uma herança ruim do passado, com um débito com a Eletrobrás no valor de R$ 180 milhões, além de outros débitos e problemas que somam mais de R$ 350 milhões. Estamos ainda fazendo um encontro de contas para sabermos a real situação, para que a empresa funcione melhor”.
Segundo ele, “hoje, a Caerd tem pouco mais de 500 servidores, que se dedicam ao trabalho com todo o vigor. O governador nos cobra muito e o nosso trabalho já resulta em bons resultados e podemos sonhar em tornar a companhia com uma qualidade igual a Sabesp”.
O presidente disse que “em Porto Velho, a Caerd tem a concessão dos serviços de água e esgoto pelos próximos 30 anos. Já fechamos com Jaru, Ouro Preto do Oeste, Presidente Médici, Colorado do Oeste, Machadinho do Oeste, Vale do Anari e Rio Crespo e outros municípios vão tratar das concessões municipais de água e esgoto à Caerd”.
Castelo Branco informou que o patrimônio imobiliário da Caerd hoje é superior a R$ 300 milhões, que se somados ao que os municípios devem, esse valor seria muito superior. “Hoje, orientamos ao governador para que deixem os municípios à vontade para escolherem se querem a parceria com a Caerd ou se criam uma autarquia ou terceirizam o serviço de água e esgoto. Nós oferecemos o nosso serviço, mas não pressionamos ninguém, a escolha é da prefeitura”, garantiu.
O presidente alegou que a paralisação das obras prejudicaram o planejamento e o trabalho da companhia. “A paralisação afetou sim. Havia toda uma programação para 100% de água na cidade já agora, o que gerou uma expectativa na população, que cobra, com razão a obra. Para suprir a falta de água, estamos vivendo uma verdadeira guerra diária”, completou.
Sobre a possível contaminação do lençol freático da capital, ele disse que a situação é preocupante e que não pode ser ignorada. “Em Nova Califórnia, por exemplo, a água utilizada pela população, que era considerada mineral, após análise foi verificada que era contaminada. Quero registrar ainda que é importante que cada morador cuide da sua caixa d’água, mantendo-a coberta e segura, livre de animais e insetos”, comentou.
Sérgio acrescentou que “nessa fase atual de seca, cresce o consumo de água e se reduz o volume do lençol freático. É preciso que o cidadão utilize a água com racionalidade, evitando o desperdício. Hoje, temos uma parceria com a prefeitura da capital, e não temos mais casos de problemas de abrir uma rua e ficar sem o devido reparo”.
Para finalizar, o presidente declarou que a Caerd está aberta ás negociações aos inadimplentes. “Podemos facilitar o pagamento e renegociar os juros e débitos. Em relação aos ‘gatos’, a Caerd ainda é tolerante e trabalha com a conscientização da população”, finalizou.